Workshop de Hip Hop agita Vila Real de Santo António

Para dinamizar a interrupção lectiva de Páscoa, o Programa Escolhas, com os apoios da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, INOVINTER e da Rede Algarvia de Coordenadores Escolhas - RACE, realizou, nos passados dias 17, 18 e 19 de Março, o Workshop "Cultura Urbana", sobre Hip Hop e grafitti.
Este evento aconteceu na Escola Secundária de Vila Real de Santo António e foi dinamizado pela Khapaz - Associação Cultural de Jovens Afro-descendentes. Oito projectos Escolhas (Escolhas Vivas, Boa Onda, Ludo-Rodas, Aventura, Bairrismundo, Operação Mobilização, CRIA e Escolhas Pró- Bairro) participaram deste evento que envolveu cerca de 40 jovens. No primeiro dia, o Rapper Chullage, apresentou a evolução histórica do Hip Hop e a estudante brasileira, Andreia Moassab, falou sobre o Hip Hop no Brasil. Andreia está a realizar um doutoramento sobre Hip Hop, na Universidade de Coimbra. Neste mesmo dia, à noite, cada projecto trouxe um produto gastronómico da sua localidade e todos os participantes puderam experimentar as diferentes iguarias.
No segundo dia realizou-se um workshop prático de Rap sobre oralidade, escrita e produção musical, dinamizado pelo rapper Chullage. Neste workshop, os destinatários aprenderam, entre outras coisas, a comporem letras para as suas músicas. Segundo Chullage, os participantes conheciam pouco sobre Hip Hop e estavam todos muito interessados. "Foi um primeiro passo", referiu. Além disso, o rapper pode constatar que muitos dos miúdos ali presentes têm grande talento, principalmente em Beat Box. Outra descoberta positiva foi encontrar vozes femininas neste universo, onde não há muitas. Paralelamente a este workshop, acontecia um outro sobre graffiti animado pelos writters Cris e Vile, convidados da Khapaz. Neste, os participantes puderam ilustrar, com as técnicas do graffiti, várias placas alusivas aos seus projectos. Neste dia, à noite, realizou-se um concerto com os grupos de dança do Projecto Escolhas Vivas (grupo das sevilhanas, grupo pop e os "south breakers") e o grupo de Rap NKL. Foi uma verdadeira festa comunitária, em que as famílias puderam assistir às performances dos muitos jovens que frequentam o Projecto Escolhas Vivas.
No último dia, o encerramento dos trabalhos aconteceu com mais dois pequenos workshops: um de dança e outro de percussão. Além disso, como estava a decorrer em Vila Real de Santo António o Mundialito de Futebol, alguns dos destinatários foram conhecer o recinto onde os jogos estavam a decorrer. Foi, para todos, três dias em grande, com muita partilha e aprendizagem. A maioria dos jovens ali presentes nunca tinham participado num workshop como este e nem sabiam que o Hip Hop é muito mais que um estilo musical.
Para Adriana (14 anos), destinatária do Projecto Bairrismundo, "Aprendi que o Hip Hop é uma maneira de exprimir as coisas da vida, para além de um passatempo. Acho este tipo de evento importante para aprendermos coisas novas, coisas em que tínhamos pouca informação".
Celma Monteiro (19 anos) participante do Projecto Boa Onda, disse que achou o evento muito bom porque quem tem talento sente-se incentivado e quem não tem vê uma oportunidade de aprender e, quem sabe um dia, vir a ter. Além disso, este tipo de iniciativa "faz-nos ver que nos bairros sociais não existe só o lado mau, basta as pessoas quererem", enfatizou. "Eu aprendi a conviver mais com as pessoas, porque me considero uma rapariga tímida. Aprendi também a aceitar a opinião dos outros, a escrever músicas e o que é o mundo do Hip Hop. Hoje penso em escrever músicas e essa foi uma ideia que surgiu aqui", concluiu.
Guilherme Botelho (16 anos) destinatário do Projecto Escolhas Vivas, disse ter achado a ideia do workshop muito boa. "Esta iniciativa é boa para alargarmos nossos horizontes, comunicarmos com outras pessoas, porque por mais que saibamos, sempre aprendemos coisas novas", referiu. Guilherme faz parte do grupo de Hip Hop NKL e ressaltou que é sempre bom a troca de experiências e o trabalho em conjunto.
Dionísio Florêncio Paulo (17 anos) participante do Projecto CRIA, disse que já tinha feito grafitti antes, mas nunca tinha participado em um workshop de Hip Hop. "É fixe porque é uma experiência nova, porque aprendi como surgiu o Hip Hop, já fiz novos amigos e conheci pessoas novas".
Pedro Miguel Damião (13 anos) jovem do Projecto Ludo-Rodas, disse ter achado tudo muito bonito e engraçado. "Eu nunca tinha feito grafitti antes. A prática está a ser engraçada. Conheci pessoas novas e fiz novos amigos".

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