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Há coisa de um mês cruzei-me com esta carrinha de uma empresa de remoção de graffiti em Lisboa. Parece que já chegaram cá. Infelizmente, raramente as estratégias de abordagem ao graffiti possuem a capacidade de proagir, optando-se geralmente por estratégias repressivas, nalguns casos quase militarizadas como a célebre “Graffiti Squad “ que chegou a integrar, em 1971, 25 agentes da polícia nova-iorquina (Ley, 1974). Desde 1989 as estratégias de remoção do graffiti custaram aos governos dos EUA 4.000.000.000 de dólares por ano (Element, 1996) e este número continua a aumentar, ano após ano, conforme se poderá verificar pelo recente investimento do ex-mayor Rudoph Guilliani. Em Portugal, e seguindo a lógica de remoção importada dos EUA, a primeira autarquia que promoveu a remoção de graffitis foi Lisboa, ao aprovar em 2005 a adjudicação desses serviços a uma empresa privada. As abordagens não repressivas, ainda que menos caras, não têm vindo a ser aproveitadas de uma forma estruturada, resumindo-se a episódios esporádicos em Escolas, autarquias e ONG, demonstrando a inércia das instituições face aos processos de inovação. Se é certo que o graffiti é, por vezes um acto de vandalismo, nomeadamente quando é feito de uma forma sem qualidade e em locais onde a propriedade privada - ou a qualidade arquitectónica dos edifícios históricos - é posta em causa (é incrível como alguém há pouco tempo decidiu pintar a estátua de D. José na Praça do Comércio), não deixa de ser verdade que muitas vezes o todo é tomado pela parte e muitos dos excelentes writers que temos, eles próprios capazes de perceber o que devem ou não pintar, acabam por ser prejudicados por meia dúzia de toys que pintam inconscientemente. Sem querer ser moralista é importante que sejam críticos, mas de forma consciente. O contrário não ajuda em nada a cultura Hip Hop. O que vos parece? Que alternativas vêm à remoção?
3 comentários:
Oi! A coisa não e facil meu irmao. Tem havido prefeituras aqui no Brasil que tem legalizado paredes mas mesmo assim vai haver sempre caras pinchando onde nao devem. Mas esse tambem é o espirito da coisa, ne mesmo? Fica dificil chegar a um acordo... mas o movimento fica prejudicado e uns pagam por outros.
Viva grafman! Obrigado pela opinião. Eu também tenho essas mesmas dúvidas. Eu penso que talvez fosse de procurar criar um código de ética entre os writers, princípios construidos pelos proprios writers e que depois com o apoio dos políticos pudesse ser implementado com alegalização de alguns espaços... Acho que seria mais eficaz do que uma lei que, no limite, em Portugal condena os writers a 8 anos de prisão. Se a coisa surgir de dentro e envolver kings e toys, políticos e autoridades. Mas claro isto é polémico :) Uma coisa é certa as estratégias de repressão só fazem com que o "fruto proibído seja o mais apetecido" como dizemos por aqui! Será por aqui que está parte da solução? Abraço, Pedro.
Xiii!!! Pois é! Tem-me passado ao lado :\ Mas pelos vistos está a andar. Um dia destes tens que começar a anunciar uns eventos de Hip Hop na revista. Temos que combinar um copo um destes dias. Abraço.
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